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(Pó)esia - I

O final do calendário
é apenas a transição
entre a ida e a volta.

As cores que comemoramos
em momentos simbólicos
são absolutas,
ao menos
que não se tenha
o que comemorar.
Pois durante
o passar das datas,
somos nós que decidimos
o que colorir.

E as datas,
coloridas ou não,
chegam, passam
e um dia acabam
indo embora.

HOJE - XVI

Tenho dúvidas
que extrapolam
o meu discernimento.
Algumas estão apenas
pela metade, enquanto
outras
transbordam o alvorecer
dos dias quentes e lentos.

Talvez
não seja necessário
compreensão, pois
o reflexo da incerteza
me atormenta,
e em meu caminhar
tenho dúvida
de onde minhas
pegadas passam
assim como das palavras
que passaram
por cada poesia minha.

HOJE - XV

Não existe redundância
no fato de sentir saudade,
há apenas uma constante
que se repete várias vezes.

Dá pra escrever
diversos versos
que podem se repetir
e também re-partir,
pois a saudade existe
para aqueles que estão perto
mesmo estando longe.

Uma constante
que é redundante
só por apenas existir,
que reduz a distância
para uma lembrança
que ficou
aqui.