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HOJE - XIV

Escrevo de forma
que meus versos
escondam o desatino
que existe
em meu pensar.

Canto involuntariamente,
a noite,
um refrão da música
que escutei pela tarde,
e desatinado,
imagino o que escutarei
no dia seguinte.

Tenho amigos
que se parecem comigo,
e assim, apenas sorrimos
uns dos outros,
pois somos de uma forma,
ou de outra,
desatinados.

HOJE - XIII

Não se preocupe
com a poeira que habita
nos livros,
ela foi a consequência
de um futuro
que já passou
e vaga empoeirando
por aí.

Importe-se;
exporte-se;
ou então, como dito,
não se preocupe,
apenas deixe
passar.
Torne-se poeira também.

HOJE - XII

Dentro da noite existe
um interior misterioso
no qual se revela
para aqueles que ficam quietos
observando a lua passar
enquanto
o vento sopra vagarosamente
pelo seus pêlos.

E então,
depois de sentir
tudo aquilo que se passa,
se percebe que
não foi por acaso
e sim por escolher
sentir e ver
a profundidade
noturna.