Ultimamente tenho escutado
muitas onomatopeias,
alguns monossílabos
e meias conversas.
Ensaio várias vezes
minhas ações, gestos e palavras,
segurança dentro da insegurança,
vivendo entre o choro e o riso;
o céu e o chão; lixo, luxo;
ciúme e liberdade; prazer e sofrer.
Alguns livros que li
não me acrescentaram nada,
nem algumas músicas sincopadas,
arpejadas, gritadas, sussurradas,
idealizadas, artificiais...
Entre o porão e o sótão, sou pensativo,
cúmplice de brisas e umidade.
Fiel do sentimento que a poesia tem,
que chega devagar e vai embora rápido,
às vezes me pede para ficar um pouco mais,
noutras trás o convite para eu a seguir,
deixando a curiosidade
de que seu eu a seguisse
o que iria encontrar
se atrás dela
eu
fosse.