link

(Pó)esia - VIII


Nada passa tão desigual
quanto as nuvens que vejo
pela minha janela.
Tudo é tão abstrato
feito as conversas
que escuto pelos cantos.
E o canto pode virar pranto
se assim você rimar,
pois o ritmo sonoro
que as palavras cantam
tendem a ultrapassar
os cantos das paredes.

Desigual, as nuvens, passam
e não percebem a melodia
da minha janela sem cantos
que canta,
sem pranto,
a tudo aquilo
que está lá fora.

Nenhum comentário: